Rubio admite que os EUA estão a ficar sem opções para sancionar a Rússia

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, afirmou esta quarta-feira à noite que os Estados Unidos estão a ficar sem margem para impor novas sanções à Rússia, depois de Washington ter aplicado no mês passado medidas contra as maiores empresas petrolíferas do país, incluindo a Rosneft e a Lukoil.

Pedro Gonçalves
Novembro 13, 2025
12:30

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, afirmou esta quarta-feira à noite que os Estados Unidos estão a ficar sem margem para impor novas sanções à Rússia, depois de Washington ter aplicado no mês passado medidas contra as maiores empresas petrolíferas do país, incluindo a Rosneft e a Lukoil.

“Bem, não há muito mais para sancionar da nossa parte. Quero dizer, atingimos as principais companhias petrolíferas, que era o que todos pediam”, declarou Rubio antes de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7.

As sanções impostas pelos EUA no mês passado visam reduzir as receitas de petróleo da Rússia — principal fonte de financiamento da guerra contra a Ucrânia — e pressionar Moscovo a regressar à mesa das negociações. As restrições incluem não só as duas maiores petrolíferas russas, como também as suas subsidiárias.

As medidas entram plenamente em vigor a 21 de novembro, embora vários países já ponderem solicitar isenções. A Hungria foi o primeiro Estado a garantir uma prorrogação de um ano, concedida por Washington.

Rubio sublinhou que o sucesso destas medidas depende essencialmente da sua execução: “As sanções têm de ser aplicadas. Não as impomos para depois não as fazer cumprir. Estamos interessados também na sua aplicação”, frisou o diplomata norte-americano.

Um dos mecanismos de fiscalização mais críticos é o combate à chamada “frota-sombra” russa — centenas de petroleiros que, de forma clandestina, transportam petróleo russo sancionado por rotas internacionais. “A frota-sombra tem sido tema de discussão, porque acredito que há muito que os europeus podem fazer neste campo, já que muitas destas operações ocorrem em zonas próximas deles”, acrescentou Rubio.

A União Europeia já aprovou 19 pacotes de sanções contra Moscovo desde o início da guerra, abrangendo o gás natural liquefeito (LNG), o setor bancário, o comércio de criptomoedas e, mais recentemente, as redes de transporte clandestinas. O objetivo, segundo Bruxelas, é enfraquecer a economia de guerra russa e travar as fontes de financiamento do Kremlin.

Entretanto, o governo ucraniano defende que ainda há espaço para endurecer as medidas. “Relativamente à afirmação de Rubio sobre o esgotamento das opções de sanções… existem absolutamente mais opções objetivas. Há mais grandes empresas petrolíferas, bancos, frotas e infraestruturas, componentes e defesa, pagamentos e até o Ártico”, afirmou Vladyslav Vlasiuk, enviado do presidente Volodymyr Zelenskyy para questões de sanções.

Vlasiuk assegurou ainda que Kiev continuará a trabalhar com os parceiros ocidentais para reforçar a pressão sobre Moscovo. “Continuamos a trabalhar com os nossos parceiros americanos, com o G7 e com outros. Haverá mais sanções”, garantiu.

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